De acordo com as principais instituições financeiras do país, 2019 apresenta-se como um ano repleto de novas empresas ingressando na bolsa de valores. Para que uma empresa tenha suas ações negociadas na BM&FBovespa, é necessário realizar um IPO, processo que muitas pessoas desconhecem. Normalmente, essa informação é restrita a um grupo limitado de investidores. Contudo, neste momento, não apenas vou explicar o que é um IPO, mas também o motivo pelo qual as empresas optam por realizá-lo e como os investidores podem se beneficiar dessa decisão.
IPO – O QUE É?
A sigla IPO é utilizada para se referir à expressão em inglês “Initial Public Offering”. Em tradução livre, a expressão significa “Oferta Pública Inicial”, que é o processo de abrir o capital de uma empresa na Bolsa de Valores.
Resumidamente, o IPO indica o lançamento das ações de uma empresa no mercado, ou seja, é a primeira vez que os proprietários da empresa abrem mão de parte de sua propriedade e passam a vender ações para os acionistas em geral.
O principal objetivo que leva uma empresa a realizar um IPO é captar recursos para investir e fazer o negócio crescer.
Para realizar um IPO, a empresa passa por um processo que pode levar cerca de um ano e envolve altos custos, incluindo taxas, honorários e outras despesas que ultrapassam milhões de reais.
Geralmente, a empresa designa um gerente de projetos e forma uma equipe de IPO, composta por profissionais como banqueiros, advogados, contadores e especialistas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Nos primeiros meses do processo, a empresa elabora o prospecto e o divulga para receber comentários. Esse documento contém o histórico das demonstrações contábeis dos últimos anos.
Posteriormente, os contratos de transição de propriedade são escritos e as demonstrações contábeis são realizadas e submetidas à auditoria. Cerca de três meses antes do IPO, o conselho da empresa se reúne para analisar a auditoria.
Por fim, a empresa apresenta seu prospecto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e emite um comunicado na imprensa informando o lançamento do IPO. Após completar essas etapas, as ações da empresa podem ser disponibilizadas pela primeira vez no mercado.
Qual a razão das empresas optarem por realizar um IPO?
As razões pelas quais as empresas optam por realizar um IPO podem variar de acordo com o tipo de empresa e seu segmento de atuação, mas a principal vantagem é ter acesso aos recursos financeiros dos acionistas.
Com esses recursos, as empresas podem explorar novas oportunidades e expandir seus negócios, levando-os a um novo patamar em termos de resultados financeiros.
O capital arrecadado por meio do IPO pode ser usado para investimentos internos, desenvolvimento de novos produtos e serviços, quitação de dívidas, criação de filiais, aquisição de outras empresas, entre outras possibilidades. Cabe a cada empresa decidir suas prioridades e objetivos.
Além disso, os proprietários da empresa podem converter seu patrimônio em dinheiro com maior facilidade. Eles podem oferecer suas ações no IPO ou em outros momentos no mercado de ações, obtendo mais liquidez do que antes.
Pontos negativos que as empresas podem enfrentar ao realizar um IPO
Considerando as desvantagens, as empresas devem ponderar cuidadosamente antes de optarem por fazer um IPO.
A maior desvantagem é a burocracia e os custos envolvidos no processo. Como já mencionamos, lançar um IPO exige ajuda externa, o que pode ser bastante dispendioso.
A ideia é que esses custos sejam compensados pelo ganho de capital. No entanto, quanto mais sócios a empresa tiver, menos controle os empresários terão sobre a empresa.
Com menos controle, as responsabilidades aumentam. A empresa passa a ser mais observada pelo mercado e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regulamenta e supervisiona aspectos do negócio. Todas as decisões da empresa precisam ser muito bem pensadas, pois uma medida mal recebida pelo mercado pode fazer o preço das ações cair.
Os proprietários da empresa perdem um pouco de liberdade sobre o negócio e devem responder ao conselho de administração, bem como a outros grupos de acionistas.
Além disso, embora obtenham maior liquidez, eles não podem vender grandes quantidades de ações de uma só vez. Isso porque isso pode dar uma impressão de desconfiança ao mercado, afetando negativamente o preço das ações.
Portanto, é recomendado que apenas empresas saudáveis se lancem no mercado de ações, pois quaisquer fragilidades serão expostas. Isso não apenas afetará os investidores, mas também clientes e funcionários, podendo fazer com que se afastem da empresa por desconfiança.
Como o investidor pode se beneficiar com uma Oferta Pública Inicial (IPO)?
Os investidores que participam de um IPO têm a vantagem de poder adquirir ações antes de elas serem disponibilizadas no mercado. Isso pode permitir que as ações sejam adquiridas por um preço inferior ao valor de abertura no primeiro dia de negociação, dependendo da avaliação.
Se os preços das ações aumentarem significativamente nos primeiros dias de negociação, os investidores que adquiriram ações no IPO podem obter grandes lucros. No entanto, há também o risco de que o preço das ações caia nos primeiros dias de negociação, apesar da valorização no IPO.
Para minimizar os riscos, é importante que os investidores realizem uma análise fundamentalista criteriosa da empresa antes de investir. No entanto, essa análise pode ser complexa, já que as informações disponíveis sobre a empresa ainda são limitadas, uma vez que ela ainda não está listada na bolsa.
Por isso, é essencial ler cuidadosamente o prospecto da empresa, especialmente a seção de fatores de risco. Em geral, investir em IPOs pode ser uma boa oportunidade para obter lucros, mas é fundamental que os investidores realizem uma análise cuidadosa para compreender melhor os riscos e as oportunidades envolvidos.
